terça-feira, 10 de abril de 2012

[devaneio esgarçado]

(1)



escrevo no limite da sensatez . busco outras lógicas, também a tua . leio um velho desafio e nos encontramos em outra esfera . largo a ordem antes do amanhecer e um pouco antes de sonhar uma vez mais . descalça, sinto o frio de uma passagem rumo aquele tempo . tempos me rodeiam feito interseção . calculo um lapso de instante em que teu sorriso conspira com teus olhos: nem tão puros quanto desconfiados . sinto teu olhar mesmo ao longe, a ativar tuas.nossas brechas de contato . não sinto a distância quando sei que a condição que nos vale passa por dentro . aí estamos juntos, no entrecho intemporal construído pela mais fina arquitetura de gestos . valso cantiga de alegria que se faz nesse sertão já úmido, advinhando nossa sina . à luz de um lume fraco.fosco paro e paira em suspenso tua presença: nem assombro nem rima . escrevo este devaneio por nossos corpos .

10.04.2012


Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva

---------
(1) http://2.bp.blogspot.com/_YZAGCneZf4Q/R4tzoXTfQzI/AAAAAAAAATg/mlQzxxBRHgo/s1600-h/escrevo-te[1].jpg

Nenhum comentário:

Postar um comentário