quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

[aqui]





 (1)




vejo e me vês
no inóspito da questão
rumo ao vertiginoso em nós

admito teus pensamentos
antes e sempre
neste amanhã

pombas e drogas
requerem a boca
fechada por dentro

azul.nosso.tempo
incendeia o que há de mais canibal
no insondável que ainda desconhecemos

sem trovões
escolhemos viagem pelas curvas
enevoadas dos lençóis

aqui nos resta o passo sem certezas
sonho.futuro.passado
em torpe correnteza


10/02/2013


Andréa do N. Mascarenhas Silva


---------------
(1) Imagem - http://www.apenasbahia.blogger.com.br/2006_05_01_archive.html
Foto Adenor Gondim

[e.feito poesia]



 (1)




...porque palavras [apenas, amenas] não educam mais
...porque efeitos bonitos, poses internacionais, pronunciamentos [blá.blá.blá] só servem pra continuar a desalinhar povos e tempos
...porque o humano segue cada vez mais o caminho da roça, os velhos livros e discos cantados por Elis são os mesmos e nada é mais do que foi ontem
...porque precisamos de muitaaaaaaaaa poesia nessa vida... quem sabe assim as bombas nucleares sejam feitas unicamente com o propósito de espalhar metáforas e lirismos pra todos os cantos...
...e insistem no 'porque sim', que há tempos ficou mudo e não dá resposta
...resta-nos, quem sabe, a ousadia das palavras vãs, jogadas no ventilador de todos os ventos . quem sabe estas mesmas palavras, muitas.e.juntas.em.profusão, não entupam definitivamente a chaminé de cada fábrica de bombas letais



12.02.2013




Andréa do N. Mascarenhas Silva


------------
(1) Imagem -  http://www.bomba-historia.com/2011_02_06_archive.html

[de passarinho]



(1)



saudade da manhã de passarinho . do ar de beijo roubado no portão . da tua questão por minha presença . de nossa poética inventada em segredo . nessa saudade apagam-se as horas entre antes e ontem .


01.12.2011


Andréa do N. Mascarenhas Silva 


-----------
(1) Imagem - http://sondalirica.blogspot.com.br/2012/12/qual-viver-ha-liberdade-se-e-de-sonhos.html

[primavera.verão]


 
 (1)



Primavera renovada em verão
Luzes e flores nas curvas da vida
Felicidade no coração



23.12.2011


Andréa do N. Mascarenhas Silva 

--------------
(1) Imagem - http://lella.files.wordpress.com/2009/06/primavera-verao-outono-inverno-primavera_01.jpg

[primavera azul]


 

  (1)




pétalas voam ao meu redor . sertão me recebe quente . sol inunda meus dias e já chegam em flores . borboletas amarelas carregam o fres[cor] que preciso . madrugada amiga abre-me as horas . sinais, ritos e passagens ensinam-me a contra.mão . recordo o som de tuas auroras brancas e perco a noção que vem do tempo . acordo luas.meninas pra acompanhar meus passos noturnos . registro a sombra de vãos momentos que se querem perdidos em meu esquecimento ainda alerta . abraço a calma que teima em me deixar . sereno espanta o grito indeciso na garganta . acontece que ponho-me em revista assim que descubro medos . quero sempre presença, mesmo disfarçada em atenção distraída . e que seja tua a sentença mais lírica e teimosa até chegar aqui . lerei a vida em teus versos invisíveis e nunca haverá certezas entre nós .



22.09.2012
 


...e eis que ela chega sem nunca ser bastante . estropiada em vermelhos, expropriada em seus verdes, esmigalhada em sua reserva de pétalas . e eis que ela vem, renovada, banhada em novas cores gris, com bandeira/estandarte, com frios e silêncios . eis que ela vem, com sutil delicadeza impõe seus festejos, com marcante diferença, apresenta seus fardos.fátuos . e eis que ela vem, com suas folhas duras em riste, assume a  violência em seus botões, abre.caminhos . vem .

22.09.2018


Andréa do N. Mascarenhas Silva

-------------
(1) Imagem - http://www.flickr.com/photos/unaciertamirada/7334800372/

[pouso fugidio]


 
 (1)




inquietudes sem causa rasgam-me agora . deixo tempos correrem ventos verdes . sono mal pago prende meus instintos . acordo em tua ..nossa.. memória . inverter lógicas dá compasso ao tom que queremos germinal . invades.invado madrugadas sujas da matéria.medo que já foi nossa . carrego um sertão em voo sem plano . borboletas amarelas ainda marcam nossos caminhos de levitar . já outras imagens.palavras nos encaram ao longe . sigo .

 


21.12.2012


Andréa do N. Mascarenhas Silva



------------

 (1) Imagem - http://agentepodiasevernoar.blogspot.com.br/2011_09_01_archive.html

[de um pouco mais que pensar]


 
(1)




emendo dois estados durante a madrugada - acordada e/ou já dentro do sono, penso nas pessoas que fazem interseção em minha vida . eixos de algum modo cruzados e que nos ligam eternamente . fazemos parte de um mesmo arquivo . sigo com elas e cada uma encontra seu espaço em mim . compartilhamos idiossincrasias que não precisam de palavras: são feitas de puro signo que se traduz instantaneamente no espaço que faz conexão com nossos olhares . são como livros prediletos que arrumamos em locais especiais, sempre ao alcance das mãos . precisava conhecê-las e elas a mim . não são todas personae gratae e mesmo assim deixam algum marco que sigo tentando decifrar . umas mais difíceis outras deliciosamente autocolantes . todas absolutamente necessárias . preciso do exercício que me proporcionam, para pensar além das amizades . 





21.12.2012



Andréa do N. Mascarenhas Silva


-------------

(1) Imagem - http://giovanevita.blogspot.com.br/2012_02_01_archive.html

[Tempo, mudança, passagem...]

 
(1)
 



Eis o ciclo que [re]vivemos sempre... e nos acompanha um rastro de sentimentos impotentes de estarmos fazendo muito pouco. Ao menos sabemos que a água no bico do passarinho ajuda a apagar um incêndio. Assim é nosso trabalho de seres-formiga: diuturnamente trabalhando para dar o bom exemplo em prol de dias cada vez melhores. E façamos do nosso hoje o encontro crativo e perfeito de todos os tempos em um só: nós! Propagamos no corpo tempo.mudança.passagem. Somos exatamente o que queremos ver no mundo. E como almejar mudanças externas se não a realizamos primeiro em nosso jardim interno?! Queremos ver flores?! Sim! Sejamos as semestes dessas flores, soltemos flores não só pela boca e pela mão e um jardim inteiro se materializará a partir de nós.

 

01.01.2013


Andréa do N. Mascarenhas Silva 


-----------------
(1) Imagem - http://osoldiario.clicrbs.com.br/sc/noticia/2012/09/tempo-muda-a-partir-desta-terca-feira-no-litoral-3896750.html

[de haveres]

 
(1)




sandálias margeiam horas caídas: nunca foram nossas . depois somos somente pés em mil rabiscos de chão futuro . entretemos saudades sem adeus . haveres sem tempo param nossos dias, sós . mensagens esvoaçantes contam-nos matérias esquecidas . futuros erigem marcos sobre nós e não há medos nesse instante . serenos e madrugadas fazem-nos reféns do lado de fora de qualquer memória que não seja a nossa . som de risco intemporal desperta esse devaneio que agora compartilhamos . havemos . 


20.12.2012


Andréa do N. Mascarenhas Silva


-------------
(1) Imagem - http://nelcycharrone.blogspot.com.br/2012_02_01_archive.html

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

[antes]


 (1)





pelo quase já estivemos unidos . elos sutis . interessam-nos a promessa de nenhuma duração visível . ao lado de um cais azul definimos nossa rota líquida em palavras . em curso desfilam rosas.páginas despetaladas entre nós . livre se faz quimera impossível à guisa do querer . intrépido perde causa egoísta em nome de nós . noite te visita agora em beijo de dia . gosto de ser toma a presença da alma em face da lua . não sinto multidão resumir tua presença . tive medo de tantas tuas lógicas . hoje, poeta, mãos dadas são rastro de nossa certa indecisão perfeita .


18.09.2012 


Andréa do N. Mascarenhas Silva


--------------
(1) Imagem -  https://www.facebook.com/photo.php?fbid=378610602234491&set=a.313803248715227.70476.313769262051959&type=1&theater

[caso]

   (1)





li na distância um passo rente ao ato de surpresa . alcancei segredos sem mais sentidos, sós . ri da barca dos tempos possíveis, em reflexo de insensatez . debaixo da carga de sono vivo mais que gesto impossível . publico palavras estranhas, quase vazias de mim, sem sabê-las de todo . ocaso, meu amigo, zombas deste caso que sonho em tecidura mais.que.imperfeita . restitui tua fala aqui dentro, quase em estado de indecisão e perdida em eus . arrisco um agora na escala de teu sorriso . pensamento intrigante sobe pelas veias até chegar em nossa memória.ventania . somos ser coletivo: prende-nos apenas ar rarefeito do que já sabemos pela pele e só .
 


17.09.2012



Andréa do N. Mascarenhas Silva


-------------
(1) Imagem - http://falaannunziata.blogspot.com.br/2012/02/muitos-pretextos-te-trara-mente-para.html

[ir]



(1)
estética do porvir ciderada na urgência do instante . entre os passos uma predileção: soltar-se ao vento . na noite perdem-se palavras.livres . entre água e corpo requeiro sensações de momento . ao cheiro de verde.azul desloco minhas ambições de vida . perco versos para o byte sorrateiro, canibal . antes do passo molho também teu estio lírico em franco delírio amoroso, por nós . depois do passo escrevo parte de uma história que já foi sonho . dia sem tempo nos acorda do frio: provamos outras formas de calor para além da pele .


19.09.2012
Andréa do N. Mascarenhas Silva
-------------
(1) FOTO: acervo pessoal.

[pensamento pele]


(1)




paro e a tempestade vem pra ficar . teu olho desliza em mim e causa movimentos indefesos . tarde banha de luz nosso inventário sinestésico . pele em pressentimento de rio . pelo curso dessa falsa calma nos perdemos sós . arremato tua solidão diante de nossa fogueira eterna . firmamos um pacto de pele: olho como boca, mão como passagem secreta, sensação como pedra fundamental . pela horizontalidade de nossos olhos uma cosmogonia se forma irrefutável . vou . e teu.nosso encontro se forma em instância essencial . carregamos na pele nosso infinito .


30.08.2012
 



Andréa do N. Mascarenhas Silva

----------------
(1) Imagem - http://dl9.glitter-graphics.net/pub/2596/2596969w35bvlabnn.gif - http://luciamachado31.blogspot.com.br/2011/01/caminhos-travessos.html

[chegadas e partidas]

 
 (1)





solúveis estações por onde passo, esperam por mim entre chuvas e tropeços . aquieto madrugadas gélidas . espero manhãs sem sol dentro da barra do dia . sou passagem em desalinho . não sei se fico e por pouco esqueço que vou . trânsitos me fazem companhia . atravesso marcas e sons em tempos de claridade . faço amarras que deixo soltas no curso de cada estrada . impeço rota de se contaminar em fios destoantes . quero chegadas e partidas na curva de dentro . outros ventos nosssos .


27.08.2012


Andréa do N. Mascarenhas Silva


-----------
(1) Imagem - http://oorvalhodofimdomedo.blogspot.com.br/2012/11/olhares-de-outono-ou-o-que-as-outras.html - fotografia de eurico portugal.

[oração]


   (1)




praia daquele dia valsava com o mar. entre melodias de vento soltei meus lamentos. desobedeci lógicas caducas de pés molhados. areia me ensinou dito certeiro. acostumei vista e paisagem a nunca duvidar de inóspita ligação. entre nós haverá sempre um segredo prestes a se revelar. tempo que nos rodeia se faz de infinito.


27.03.2012


Andréa do N. Mascarenhas Silva



-----------------
(1) Imagem - http://contos-trocados.blogspot.com.br/2011/04/valsa.html

[o famoso pássaro azul]


 (1)



       (2)




MEU TEMPO [o famoso pássaro azul, da tua mão, poeta, aos meus olhos . sem abandonos em seu peito ou em meu sonho . sem máscaras ou maldade no instante sublime entre nosso olhar . medo ou engano nos ajudam a rir da dor que não mais sentimos . faces ao vento, soltamos pássaros rumo ao infinito só nosso]


TEMPO 3 [o famoso pássaro azul, na mão do poeta e nos olhos da passante . elaborarão abandonos, ele no peito e ela no sonho . despirão as máscaras da maldade no instante entre seus olhos . quererão o medo ao engano e rirão da dor que não sentirão . amarrarão as máscaras e soltarão seus pássaros rumo ao infinito de cada um]

TEMPO 2 [o famoso pássaro azul, na mão do poeta e nos olhos da passante . elaboram abandonos, ele no peito e ela no sonho . despem as máscaras da maldade no instante entre seus olhos . querem o medo ao engano e riem da dor que não sentem . amarram as máscaras e soltam seus pássaros rumo ao infinito de cada um]


[o famoso pássaro azul, na mão do poeta e nos olhos da passante . elaboraram abandonos, ele no peito e ela no sonho . despiram as marcas da maldade no exato instante entre seus olhos . queriam o medo ao engano e sorriam da dor não sentida . amarraram as máscaras e soltaram seus pássaros rumo ao infinito de cada um .



16.08.2012


Andréa do N. Mascarenhas Silva


-------------
(1) Imagem - http://oabsurdista.blogspot.com.br/2012/08/passaro-azul-charles-bukowski.html
(2) Imagem - http://seusuperego.wordpress.com/2011/11/22/bluebird/

[Pétala]

 (1)




manhã em que viajam meus azuis pra perto de mim . hoje que engana memória do sono . tua lembrança chega como carinho na face . trago soluço enfeitiçado por tuas palavras . devia ter escapado quando te dei um primeiro abraço quase burocrático: não .  


17.06.2012


Andréa do N. Mascarenhas Silva

------------
(1) Imagem - http://ancoraseasas.blogspot.com.br/2010/11/reinvencoes.html

[lírio]



































 (1)




um lírio sobre a rua . quase um redemoinho de ideias . quase um abismo lírico . pedras sorrateiras... ontem amigas . sombras que volteiam os restos de meus sorrisos . o inverso... de que preciso .


17.11.2011


Andréa do N. Mascarenhas Silva

--------------
(1) Imagem - http://naftalina55.blogspot.com.br/2011_11_01_archive.html