sexta-feira, 2 de agosto de 2013

[pó celeste]




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poesia de momento, jogada sobre papel vazio . vácuo que anuncia meus estios em horas desaceleradas . sob palavras esvoaçam apelos cegos . prendo soluços roucos pelo tempo, aqui . ontem nunca deixa de ser hoje, sei disso sempre amanhã . rua marca pele que não se esquece, porque tenho olhos inconclusos e passos para além de nós . estrelas acompanham réstias que se desprendem de mim . nesse tom me permito ser toda madrugada . alinhavo cá dentro reflexos de teus pensamentos esquecidos ao relento-passado . gritos desimportantes deixam de nos abalar desde que nos importamos mais com nossos azuis e nada se fez menos . céu escurece em nossas noites claras, assombradas apenas por rastros de nossos encontros cadentes . tenho marcas abissais mas não me perco nelas . sei a exata profundidade desse mar que me ensina a ser oceânica como ondas que vão e vem e são mais que si mesmas, sem perder a leveza oportuna dos ventos . gosto de querer sonhos impossíveis, sobretudo quando me dizem que não adianta sonhá-los . sou radicalmente do contra, nessas horas .



26.07.2013



Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva



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(1) Fonte da Imagem: Noite Estrelada - Star night, de Vincent Van Gogh - http://goodburger.files.wordpress.com/2012/03/starry_night_over_the_rhone.jpg


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