segunda-feira, 28 de março de 2016

[ porém azul ]
















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pedras dormem sob águas em movimento . perpétuo chamado de vida . azul quase estelar mergulha em calma . paz submerge . luz brilha por nós entre mundos e solidão . escritos se perdem em todo brilho . enlouquece, esquecimento . trilhas amortecidas morrem em meus segundos divididos . herdeira do que serei, habito um voo . capa.espada sem argumentos . descabido, invento teus enredos em descompasso . música te enaltece e desestabiliza . apenas ser passo em ignota terra . enquanto memória saboto o que não sei . tempo suposto me observa em pressa . do meu tempo.quimera, desobedeço . remota madrugada nos recebe . prévia em dia claro . sustenido por pouco entristecido . sem sentidos, tolos percebidos . pés deslumbrados acolhem esforço infindo . tanto em tão poucos momentos . ilusão atormentada como o fundo de uma noite sentida . senda sem marketing . despede-se da hora que já vai tarde . chá disfarça nossa pálida aceitação do que se impõe . medo perdido invade a melodia . já foi meu . deixo que se molhe a face em água e ais . ausência de lágrimas e amnésia . envolta em brisa, noite se nos encanta e não há canto ou flautas . passos seguem em descaminhos inéditos, sem nós . esqueci luas e firmamentos . outros lumes, eras, se banham agora nessa hora . era uma vez deixou de ser tempo . eterno presente nascísico . instante fogo-fátuo . mirada ilusionista . sal, pra sempre molhado nesse azul em disfarce . 



31.12.2015 e 02.01.2016



Andréa Mascarenhas



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(1) Imagem-gif: http://45.media.tumblr.com/71372151fb6012f584ff3cf6118a6c7b/tumblr_ns1w7nnTXn1qe6mn3o1_500.gif

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